5 coisas que você precisa saber sobre diabetes gestacional

Durante toda e qualquer gravidez, para que ocorra o desenvolvimento saudável do bebê, o corpo da mulher passa por adaptações na produção hormonal. O pâncreas nessa fase, por exemplo, aumenta a produção de insulina para compensar e equilibrar os níveis de glicose no corpo.

Em contrapartida, a placenta é uma fonte indispensável de hormônios que reduz a ação da insulina.

Contudo, em algumas mulheres, este equilíbrio não ocorre, fazendo com que elas desenvolvam um quadro de diabetes gestacional, caracterizado pelo aumento de glicose no sangue.

Diante dessa situação, vamos compreender 5 coisas muito importantes que você precisa saber sobre diabetes gestacional. Fique conosco!

1. O que é diabetes gestacional?

Assim como qualquer tipo de diabetes, a diabetes gestacional é uma doença que afeta como as células utilizam a glicose (açúcar), aumentando os níveis da substância no sangue, podendo afetar a saúde da gestante e do bebê. Essa situação é conhecida como hipoglicemia e ocorre, sobretudo, sem o aparecimento de sintomas.

Contudo, ela apresenta duas particularidades, que difere das diabetes convencionais. Ela costuma surgir durante a gravidez e costuma desaparecer após o nascimento do bebê. Analogamente, mulheres que têm diabetes e engravidam, não necessariamente irão desenvolver algum quadro de diabetes gestacional.

Além disso, outro dado interessante é o fato de ela ser uma complicação comum na gravidez, acometendo cerca de 3 a  15% das gestantes.

Dessa forma, a partir do segundo trimestre de gravidez, quando o bebê já desenvolveu-se bastante, o corpo da mãe precisa de mecanismos para se proteger da hipoglicemia, pois, o consumo do feto passa a ser bastante grande.

Como resultado, a placenta começa a produzir hormônios, como o estrogênio, que agem diminuindo o poder da ação da insulina. Portanto, o processo possibilita que mais glicose fique disponível na corrente sanguínea da mulher.

Todavia, esse efeito é muito forte. Então, no final de uma gravidez, o corpo da gestante precisa produzir até 50% a mais de insulina para evitar a hipoglicemia. É devido a este fato, que algumas mulheres acabam por desenvolver o quadro de diabetes gestacional: o corpo não consegue aumentar a produção de insulina.

Gestantes, principalmente após as refeições, apresentam níveis elevados de glicose, por conta dos alimentos ingeridos.

2. A diabetes gestacional pode ocorrer em qualquer mulher?

Sim. Ela pode ocorrer em qualquer mulher. Como dito anteriormente, não é comum a presença de sintomas. Geralmente, os sintomas associados são comuns a toda gravidez; por este motivo, ele muitas vezes não é diagnosticado.

Primordialmente, recomenda-se que todas gestantes, em seus exames periódicos, principalmente a partir da 24ª semana de gravidez, prestem atenção de como está sua glicose em jejum.

Diante disso, caso a glicose venha com valores iguais ou maiores que 92 mg/dl no jejum ou 180 mg/dl e 153 mg/dl respectivamente 1 hora e 2 horas depois da ingestão de açúcar, o diagnóstico será feito.

Atualmente, as gestantes que não conseguem chegar a um controle adequado da glicose com alimentação e atividade física, podem recorrer a insulinoterapia. O uso de insulina é seguro durante a gestação e, portanto, tem o objetivo de normalização da glicose materna.

3. Fatores que agravam a diabetes gestacional

A princípio, não se sabe o real motivo de algumas gestantes não apresentarem o controle de glicemia. Porém, sabe-se que algumas características físicas, genéticas e costumes do dia a dia  aumentam o risco da grávida desenvolver diabetes gestacional.

Deste modo, entre os principais fatores de risco podemos citar:

  • Histórico de aborto espontâneo sem causa esclarecida;
  • Já ter tido um filho com má formação;
  • Gravidez anterior com o bebê nascendo com mais de 4kg;
  • Fazer uso de corticoides para o tratamento de outras patologias;
  • Ter síndrome dos ovários policísticos;
  • Hipertensão arterial;
  • Histórico familiar de diabetes;
  • Glicose alterada em algum momento antes da gravidez;
  • Idade maior que 25 anos;
  • Excesso de peso antes e/ou durante a gravidez.

4. Como é feito o tratamento da diabetes gestacional?

Acima de tudo, o tratamento de diabetes gestacional tem como objetivo promover a saúde do bebê e da mãe, evitando assim, futuras doenças no feto e preservando a qualidade de vida da gestante.

Em primeiro lugar, é importante que todo tratamento seja acompanhado de profissionais qualificados.

O tratamento, geralmente, consiste por meio de mudanças de hábitos alimentares e prática de atividade física para controle dos níveis de glicose no sangue.

Na alimentação, é recomendado o consumo de alimentos com baixos níveis glicêmicos, como frutas com casca. Além disso, diminui o consumo da quantidade de açúcar  e de carboidratos simples.

Além disso, outros alimentos recomendados incluem carnes magras, peixe, oleaginosas, leites e derivados e sementes. Ou seja, carboidratos complexos com baixo índice glicêmico.

Do mesmo modo, é importante que, depois de consumir os alimentos, os níveis de glicemia sejam medidos e acompanhados, para um maior controle.

Em relação à prática de exercícios, é segura as atividades que não contenham fatores que possam colocar a vida do feto em risco.

Em outras palavras, é importante que os exercícios se iniciem após autorização médica e que sejam feitos sob orientação de um profissional de educação física.

As atividades físicas feitas por uma gestante com diabetes gestacional promovem uma diminuição dos níveis de glicose, evitando seu aumento e o uso de insulina para controle dos níveis.

5.Como evitar a diabetes gestacional?

Por fim, lembre-se sempre do ditado: Prevenir é melhor que remediar. Apesar disso, como vimos anteriormente, é difícil um diagnóstico preciso. Isto, por conta que as alterações hormonais são típicas da gestação.

Contudo, pode-se diminuir o risco de desenvolvimento de diabetes gestacional, seguindo algumas regras, das quais:

  • Alimentação saudável;
  • Prática de exercícios moderados;
  • Aumento de peso de forma lenta e gradual;
  • Fazer sempre o pré-natal;
  • Estar no peso ideal antes de engravidar.

Por último, é importante salientar que a diabetes gestacional pode surgir em qualquer tipo de gravidez, geralmente acima dos 25 anos. Todavia, pode também se desenvolver em mulheres mais novas, com pesos normais, devido às alterações hormonais.

Quer saber mais sobre a diabetes gestacional e suas variantes? Agende sua consulta agora!

Artigo escrito pela Dra. Tânia Schupp

Especialista em ginecologia, obstetrícia, medicina fetal e reprodução humana


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