Como é feita a Curetagem Uterina e quais são os riscos?
Postado em: 29/05/2024
A Curetagem Uterina é um procedimento médico que, embora seja antigo, ainda é amplamente utilizado em diversos casos, seja para fins diagnósticos ou terapêuticos.
Ela desempenha um papel essencial na remoção de tecidos indesejados ou na coleta de amostras biológicas do útero.
No entanto, por ser uma intervenção invasiva, é fundamental que seja realizada por um médico experiente e qualificado, com a paciente ciente de todos os seus riscos e benefícios.
Hoje, vou explicar com mais detalhes como esse procedimento funciona, suas principais indicações e os cuidados que ele exige. Continue sua leitura para entender melhor e fique à vontade para me procurar caso tenha dúvidas!
O que é a curetagem uterina?
A curetagem uterina é um tipo de procedimento cirúrgico que consiste em raspar a parede interna do útero com o objetivo de remover tecidos anormais, restos embrionários após um aborto ou amostras para investigação diagnóstica.
É comum utilizá-la para tratar casos de abortamento incompleto, removendo o material que permaneceu no útero e evitando complicações como infecções graves, que podem afetar a saúde reprodutiva da mulher.
Além disso, a curetagem pode ser indicada em casos de sangramento uterino anormal, quando há a necessidade de remover pólipos ou outros tecidos que estejam provocando o problema.
Também pode ser realizada para a investigação de doenças, como o câncer de endométrio ou outras patologias uterinas.
Como é feita a curetagem uterina?
O procedimento de curetagem uterina é relativamente simples, mas, como qualquer cirurgia, requer cuidados especiais. A paciente é submetida à anestesia, geralmente do tipo geral, para que não sinta dor durante o processo.
Após a anestesia, é introduzida uma cureta pelo canal vaginal até o útero. A cureta é um instrumento em formato de colher, utilizado para raspar as paredes do útero e remover o tecido que precisa ser retirado.
Em muitos casos, também se utiliza um aparelho de sucção para garantir que todo o conteúdo seja adequadamente removido. Quando necessário, o médico pode fazer uma dilatação prévia do colo do útero para facilitar a introdução da cureta.
Após o procedimento, a paciente é mantida em observação por algumas horas no hospital, para garantir que tudo correu bem e que não há complicações imediatas.
É importante que ela esteja acompanhada, pois receberá alta no mesmo dia, mas não deve dirigir nem realizar atividades que exijam esforço nas primeiras 24 horas.
Quais são os riscos da curetagem uterina?
A curetagem uterina é um procedimento considerado seguro quando realizado por um profissional capacitado e em ambiente adequado. Contudo, como qualquer intervenção cirúrgica, há riscos envolvidos. Entre os principais estão:
- Perfuração do útero: se a cureta for inserida de maneira inadequada, pode ocorrer uma perfuração uterina. Este é um risco raro, mas pode causar complicações graves.
- Infecção: após o procedimento, há o risco de infecção no útero, principalmente se não forem seguidos os cuidados pós-operatórios adequados.
- Formação de cicatrizes: em alguns casos, as raspagens podem causar pequenas lesões nas paredes do útero, que podem cicatrizar de forma inadequada e afetar a fertilidade futura.
Por isso, é essencial que a paciente esteja ciente de todos os riscos e que o procedimento seja conduzido por um médico experiente.
Antes de realizar a curetagem, discuto com minhas pacientes todos os detalhes, incluindo as suas particularidades, para que possamos tomar a melhor decisão juntos.
É possível engravidar depois de passar pela curetagem uterina?
Uma dúvida muito comum que recebo no consultório é se é possível engravidar após uma curetagem uterina. A resposta é sim, desde que o procedimento tenha sido realizado corretamente e sem complicações.
Logo após a curetagem, o útero precisa de um tempo para se regenerar. Durante algumas semanas, ele criará um novo revestimento interno, substituindo o que foi removido.
Costumo recomendar que minhas pacientes aguardem de 3 a 4 ciclos menstruais antes de tentar engravidar novamente, pois é o tempo necessário para que o útero se recupere completamente e esteja pronto para uma nova gestação.
Isso ajuda a garantir uma gestação saudável e minimiza os riscos de complicações.
Técnicas alternativas à curetagem
Com o avanço da medicina, existem técnicas menos invasivas que podem ser utilizadas em alguns casos, como a histeroscopia e a Aspiração Manual Intra Uterina (AMIU). Estas técnicas são menos agressivas para o corpo da mulher e podem ser alternativas eficazes à curetagem, dependendo do caso.
É sempre importante conversar com seu médico para entender se essas técnicas são indicadas para o seu quadro específico.
Considerações finais
A curetagem uterina continua sendo um procedimento essencial em várias situações clínicas, desde a remoção de tecidos após um abortamento até a investigação de doenças uterinas.
No entanto, como qualquer intervenção cirúrgica, ela precisa ser realizada com muito cuidado e com acompanhamento adequado.
Se você está considerando ou foi indicada para uma curetagem, é fundamental discutir todas as dúvidas com seu ginecologista, entendendo os benefícios, riscos e as possíveis alternativas.
Espero ter esclarecido suas dúvidas sobre o procedimento. Se você quiser conversar mais sobre o tema ou precisar de uma avaliação, estarei à disposição para ajudar!
Dra. Tânia Schupp
Ginecologista Obstetra, Especialista em Medicina Fetal e Reprodução Assistida
CRM-SP: 81.750 | RQE: 56.376 / 563.761 / 563.762
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