Dispositivos hormonais subcutâneos podem ser usados durante a menopausa?

Uma dúvida recorrente que ouço no consultório é se dispositivos hormonais subcutâneos podem ser usados durante a menopausa. 

Muitas mulheres já utilizam métodos contraceptivos antes dessa fase, e quando se deparam com o climatério, começam a questionar se esses dispositivos hormonais subcutâneos continuam sendo uma opção viável. 

A resposta, de forma direta, é sim, desde que sejam prescritos por um profissional capacitado.

A menopausa marca o fim dos ciclos menstruais e a diminuição dos hormônios estrogênio e progesterona, sinalizando o término da fase reprodutiva da mulher, o que geralmente ocorre por volta dos 48 anos. 

Antes disso, a partir dos 40, a mulher pode já começar a vivenciar a transição para a menopausa, conhecida como climatério. Nesse período, os sintomas começam a se manifestar, e a busca por orientação médica é fundamental para garantir a manutenção da qualidade de vida.

As causas da menopausa são naturais, decorrentes do ciclo reprodutivo da mulher. Entretanto, ela pode ser precipitada por tratamentos contra cânceres ginecológicos, remoção do útero, ou em raros casos, por fatores genéticos. 

Estar atenta aos sinais que o corpo emite é essencial, pois, embora muitas mulheres convivam bem com a menopausa, é importante lembrar que essa fase exige cuidados e, muitas vezes, intervenção médica para garantir bem-estar e evitar complicações.

Sintomas do climatério

Entre as queixas mais comuns das minhas pacientes no climatério, destaco:

• Ondas de calor (fogachos);
• Suor noturno;
• Palpitações;
• Dores de cabeça frequentes;
• Desconforto durante a relação sexual, devido à queda da lubrificação vaginal;
• Insônia e alterações no sono;
• Mudanças de humor, como irritabilidade e depressão;
• Alterações nas funções cognitivas, como perda de memória.

Os sintomas variam de mulher para mulher, mas uma consulta com um ginecologista é indispensável para avaliar cada caso. 

Isso é crucial porque a queda hormonal afeta a saúde geral da mulher, aumentando o risco de problemas cardiovasculares e osteoporose, que podem trazer consequências graves.

Dispositivos hormonais subcutâneos durante a menopausa: eles podem ser usados?

A boa notícia é que sim, os dispositivos hormonais subcutâneos podem ser utilizados durante a menopausa. Eles são uma ótima alternativa para quem quer tratar os sintomas dessa fase. 

Claro, essa decisão precisa ser feita em conjunto com o ginecologista, após exames clínicos que avaliem as necessidades de cada paciente.

Os dispositivos hormonais subcutâneos são pequenos tubos de silicone, geralmente inseridos na parte interna do braço ou acima das nádegas. 

Eles liberam hormônios de forma gradual, e a dosagem é ajustada conforme a necessidade individual de cada mulher. O procedimento deve ser realizado em consultório por um profissional capacitado.

O dispositivo hormonal subcutâneo de Gestrinona

Um dos dispositivos hormonais subcutâneos mais indicados para o tratamento dos sintomas da menopausa é o de Gestrinona. Esse bloqueador hormonal possui ações antiestrogênicas e antiprogesterônicas, sendo eficaz em várias frentes:

• Atua como método contraceptivo;
• Interrompe a menstruação, eliminando a TPM e as cólicas;
• Aumenta a disposição e a libido;
• É utilizado no tratamento da endometriose.

Embora conhecido como o “chip da beleza” por celebridades, devido ao seu efeito colateral de aumentar a massa muscular e reduzir a gordura corporal, o uso da Gestrinona deve ser sempre orientado por um médico, pois seu objetivo principal é o tratamento de condições hormonais, e não fins estéticos.

Vale a pena a reposição hormonal na menopausa?

A reposição hormonal é um tema frequentemente discutido entre médicos e pacientes. Ela pode trazer muitos benefícios à saúde feminina, mas também deve ser feita com cautela devido aos possíveis riscos. 

Os principais hormônios usados são o estrogênio e a testosterona, que podem ser combinados com outros dependendo das queixas da paciente.

Entre as vantagens da reposição hormonal, estão a redução do risco de fraturas ósseas e a proteção contra o câncer de cólon. Por outro lado, existem desvantagens, como o risco aumentado de ataques cardíacos, derrame, embolia pulmonar e câncer de mama.

Contudo, com o acompanhamento médico adequado e exames periódicos, é possível usufruir dos benefícios da reposição hormonal com segurança, controlando os riscos de efeitos adversos.

Quanto tempo dura o efeito dos dispositivos hormonais subcutâneos?

A duração dos dispositivos hormonais subcutâneos pode variar de 6 meses a 3 anos, dependendo do tipo de hormônio utilizado e da dosagem. O acompanhamento regular com o ginecologista é essencial para avaliar a necessidade de reposição ou ajuste da dosagem ao longo do tempo.

Dispositivos hormonais subcutâneos são a única solução?

Os hormônios desempenham um papel importante na restauração do equilíbrio do corpo durante a menopausa, mas não são a única solução. 

Para garantir uma boa qualidade de vida, é essencial adotar um estilo de vida saudável. Algumas recomendações incluem:

• Prática regular de exercícios físicos, com orientação médica;
• Evitar fumar e, se necessário, buscar tratamento para parar;
• Beber muita água e reduzir o consumo de álcool;
• Adotar uma dieta rica em vegetais e alimentos que contenham fitoestrogênios;
• Visitar periodicamente o cardiologista e o ortopedista;
• Cuidar da saúde intestinal, já que ela está diretamente ligada ao bem-estar geral.

Por fim, controlar o estresse e a ansiedade é fundamental para passar por essa fase com mais tranquilidade.

Se você quer saber se os dispositivos hormonais subcutâneos são a melhor opção para a menopausa, marque uma consulta comigo. Vamos conversar sobre suas opções de tratamento!

Dra. Tânia Schupp
Ginecologista Obstetra, Especialista em Medicina Fetal e Reprodução Assistida 
CRM-SP: 81.750 | RQE: 56.376 / 563.761 / 563.762

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